Tenta ouvir o silêncio...
Ver a luz na escuridão profunda...
Cheirar o aroma da mais pura água...
Sentir a textura do vento...
Saborear a doçura do sal...
Quando o conseguires...
Irás te descobrir...
Dói-me
a falta que não te faço
a vontade
que não te desperto
o fogo
que arde em mim tão belo
do teu rosto nulo.
Dói-me
o dia ser noite e a noite dia
e tu o mesmo ser sendo
num teclado frio e morto
sorvendo, mastigando, digerindo
enquanto eu definho
na fraqueza de ser viva
com as letras nas mãos
e a nascente do meu nome.
Dói
não teres nos cabelos
o toque dos sinos
que clamam por mim,
a miopia do sol
que me visse frágil lua
rodeando o meu sul fenecente
com a coragem da voz
que se imprime e revela.
Dói
não te ser
como tu és,
a doce sobremesa
do destino.
Não te esqueças que te dei
mais que aquilo que te podia dar,
não te esqueças onde estou se quiseres voltar,
e não te esqueças que mesmo assim para sempre te vou amar.